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nov 02

Afetividade e Sexualidade

001Hoje, mais precisamente dia 30 de outubro do corrente anos, às 15:00 h, na Matriz Nossa Senhora das Dores aconteceu a palestra: “Casamos e agora? Afetividade e Sexualidade” , patrocinada pela Pastoral familiar e ministrada pelo Dr. Cláudio Bontempo, que antes de iniciar os trabalhos, irmanado pelo casal Wellington e Vilmara, convidou a todos os presentes a rezarem a Oração do Divino Espírito Santo e uma Ave Maria.

002Tal iniciativa deveu-se a um maior entendimento para o sucesso da vida a dois, num momento em que a Família se encontra, através de um modismo motivado pela mídia, em perigo. Para tanto, o Dr. Cláudio Bontempo, munido de slides, começa a pontuar a união de homem e mulher a partir da Gênesis (2.23-25), Mateus (19.5-6) e Efésios (5.22-23), quando é citado que os dois se tornarão uma só carne. A isso vale ressaltar que não podemos entender como uma anulação de um perante o outro, quando dois se tornarão um, mas se tornarão um na intenção, quando o único propósito é caminhar lado a lado na mesma direção. Quando a falta de um será compensada no outro, emocionalmente e sexualmente. A isso cita “O Sermão de Casamento” de Mario Quintana, pois o mesmo fez uma releitura da promessa de união, quando se deveria, ao casal, ter esse comprometimento do sim nas perguntas que lhes serão feita:

…Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar? Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e, portanto a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela? Promete se deixar conhecer? Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor? Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você, e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda?…

004A isso devemos entender que o casamento nos propicia um conhecimento profundo dos nossos próprios anseios e, mais do que isso, permite-nos encontrar as respostas no outro. Mas, para tanto, devemos estar inteiro na relação, para nos inteirar da proposta desse encontro. Necessário se faz um exercício diário de tolerância, quando cada um, a seu modo, deve se permitir um pouco de renuncia, para um maior equilíbrio. Também deverá ser somado, para o equilíbrio do fiel dessa balança diálogo constantes, quando cada um exporá os seus anseios, as suas dúvidas e suas alegrias. Pois como asseverava o Velho Guerreiro (Chacrinha): Quem não se comunica se trumbica!

Caberá ao casal estar imbuído de fé, pois a mesma faz com que cada um tenha a humildade de se reconhecer errado e mais do que isso solicitar do outro perdão e desculpas. É necessário que o casal aprenda a auscultar o teor de suas indagações, a observar as duvidas do outro para que se possa formatar na rotina o encanto da vida a dois. A isso ele demonstrou a todos, através de um pensamento de Rubens Alves:

… Todo jardim começa com uma história de amor, antes que qualquer árvore seja plantada ou um lago construído é preciso que eles tenham nascido dentro da alma. Quem não planta jardim por dentro, não planta jardins por fora e nem passeia por eles.

Consoante à citação de Rubens Alves podemos entender que, somente através de uma entrega total, será propiciado ao casal um deleite compartilhado.

Existem dois grandes tabus na vida de todos nós ocidentais: Morte e Sexo. São assuntos delicados e não debatidos, uma vez que falar sobre os dois tornar-se-ão algo vexatório. Há que se entender que ambos fazem parte da vida. Quando Deus criou o homem e a mulher ele deu a ambos os órgãos genitais, para a procriação e para o prazer. Para tanto a sexualidade não é pecado, pelo contrário é a forma mais saudável de celebrar o amor, é a oportunidade do encontro. Apesar de terem esses encontros sucessivos, cada um é único, pois o casal estará em estado de contemplação. Tem um livro de Pe. Leo “Sede Fecundos’, onde ele explica que contemplar vem da palavra templo e esta é originária do grego, que significa: Pedaço do Céu, ou morada de Deus. Então o êxtase propiciado pelo sexo dá ao casal uma dimensão sobrenatural, isto é o de sentir a leveza da presença de Deus. É claro que aqui está se referindo ao sexo com amor, com respeito, onde o casal se permite estar vulnerável. Vale ressaltar que sexo significa: cortar, dividir. Vale, também, ressaltar que somente aos seres humanos é permitido copularem olhando nos olhos um do outro.

Uma das coisas mais importantes na intimidade do casal é o que chamamos de preliminares, mas a isso não se direciona o contato físico antes do coito, mas sim o conjunto de gentilezas que ocorre durante todo o dia, a começar por um: Bom dia, pela manhã, um elogio durante o almoço e jantar. Tudo isso propiciará uma noite de amor, vale ressaltar que a higiene é algo salutar para o sucesso de uma vida do casal. Outra coisa que o casal tem que procurar é a inserção do “meio termo”, isto é a forma de encarar a forma originária do prazer, pois ao homem ele vem, simultaneamente pelo olhar, enquanto que para a mulher o mesmo advém do toque, das carícias. Então durante o ato, cabe ao homem não ser tão afoito, isto é, seguir o ritmo da mulher. Em tempo vale relatar que o Dr. Claudio Bontempo disse em tom jocoso que o homem é um fogão a gás e a mulher um fogão a lenha (mais difícil de aquecer, porém mais difícil de esfriar).

005Algo imprescindível ao casal será a manutenção da individualidade, não a individualidade egoísta, mas aquela que faz cada um ser inteiro para a entrega total. A isso vale lembrar um belo poema de Khalil Gibran, que assevera: … Amai-vos um ao outro, mas não façais do amor um grilhão. Que haja antes um mar ondulante entre as praias de vossas almas. As colunas do templo erguem-se separadamente. E o carvalho e o cipreste não crescem à sombra do outro…

Finalizando foi relatado uma experiência pessoal que tinha tudo para ser traumática, mas com a ajuda de Deus e o companheirismo de sua esposa foi superado a perda de um ente querido, Claudinho o primeiro filho do casal. A isso vale a pena acentuar que às vezes situações de sofrimento pode servir de elixir, na intenção de minimizar pequenas mazelas e unir ainda mais, o casal. Para tanto algo imprescindível, para o casal, é o de se entregar nas mãos de Deus e de se espelhar na Santa Família de Nazaré e estar em constante oração.

Parabéns ao Dr. Cláudio Bontempo, pelo falar fácil e principalmente pela espiritualidade denunciada!

Parabéns à Pastoral Familiar, por propiciar a todos a escuta de grandes verdades, que o barulho do mundo está abafando!

Por João Bosco de Melo – PASCOM

Dores de Campos, 30 de outubro de 2016

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